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quinta-feira, 21 de julho de 2011

LEIA NA SEQUÊNCIA - DÍVIDA EXTERNA E INTERNA

LEIA NA SEQUÊNCIA - DÍVIDA EXTERNA E INTERNA

Texto Por Luciana Nóbrega & Antônio Carraro

Dívida Externa e Interna I

Dívida Externa e Interna II

Dívida Externa e Interna III





Textos exclusivos de Luciana Nóbrega & Antônio Carraro.

DÍVIDA EXTERNA E INTERNA III

Por Luciana Nóbrega & Antônio Salgado














Dívida Externa e Interna – Parte III






O livro Natureza Jurídica dos Acordos Stand – by com FMI de Valerio de Oliveira Mazzuli que aborda os conceitos jurídicos fundamentais do sistema monetário internacional, cita partes das passagens históricas do sistema financeiro:


Em 1986, o Presidente da República eleito, José Sarney, pretendeu manter as negociações anteriores, mas as dificuldades externas agravaram-se sobremaneira. A inflação do país em alta levou o então Ministro da Fazenda, Dílson Funaro, a idealizar o Plano Cruzado, em fevereiro do mesmo ano. Em 1987, o Governo Sarney considerou a dívida externa impagável, o que o levou a decretar moratória, causando um acentuado estremecimento das relações do país com o FMI e com os bancos credores estrangeiros. Em 1988, o então Ministro Bresser Pereira negociou a dívida com os referidos credores e com o FMI, propondo um ajuste fiscal, mas acabou ficando fora do governo. Com Maílson da Nóbrega como Ministro, as negociações com o FMI, foram retomadas. Em 23 de agosto desse mesmo ano o Fundo abriu uma linha de crédito de US$ 1, 4 bilhão, dos quais o Brasil recebeu US$ 477 milhões. De 1990 a 1992, o Governo Fernando Collor negociou nova Carta de Intenções com o FMI. Em 29 de janeiro de 1992, na gestão do Ministro Marcílio Marques Moreira, a referida Carta foi assinada, saindo um empréstimo de US$ 2 bilhões, dividido em seis parcelas. Em setembro do mesmo ano, com a crise provocada pelo impeachment de Fernando Collor, o programa, que previa a redução drástica da hiperinflação, foi suspenso. Do valor acordado com o Fundo, apenas US$ 170 milhões entraram no país.


Com isso ficam uma série de indagações deste modo fazendo ressonância a fatos como encarar que se vive num país onde não se faz política e sim politicagem.


Prosseguindo e citando os anos de endividamento monetário tem-se o ano de 1993 também discursados ao longo do texto de Mazzuoli:


De 1993 a 1994, o governo Itamar Franco, o então Ministro Fernando Henrique Cardoso concluiu um novo acordo de renegociação da dívida externa, tendo sido o crédito externo para o país normalizado após o Plano Real. Dificuldades externas a partir das crises asiática (outubro de 1997) e russa (agosto de 1998) levaram Fernando Henrique Cardoso, então eleito Presidente da República, com Pedro Malan à frente do Ministério da Fazenda, a negociar um novo acordo, no qual foram liberados US$ 18 bilhões do FMI, parte de um pacote de US$ 41, 5 bilhões, complementando por recursos do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco de Compensações do BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento), BIRD (Banco Mundial) e BIS (“Bank for International Settlements” – Banco de Compensações Internacionais), num total de US$ 4,5 bilhões.


Valerio de Oliveira Mazzuoli é mestre em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade Estadual Paulista UNESP, professor de Direito Internacional Público e Direitos Humanos no Instituto de Ensino Jurídico Professor Luiz Flávio Gomes IEFL, em São Paulo além de outras Universidades como Universidade Estadual de Londrina, Advogado, membro da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas e Coordenador Jurídico da Revista de Derecho Internacional y del Mercosur – Buenos Aires.


Analisar questões da dívida externa em nossa sociedade, causa grande desconforto uma vez que nos depara com tamanhas negociações que em muito deixam dúvidas sobre vários aspectos que podem ferir e invadir a soberania nacional. Continuando o percurso, o texto de Mazzuoli vai trazer o acordo de 2001 e doze meses mais tarde em 2002, concluiu-se o que viria a ser o maior pacote de socorro financeiro da história: foram liberados US$ 30 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões representam a dívida que o país deixaria de pagar ao Fundo no ano de 2003.


O compositor Daltony Nóbrega possui letras que satirizam questões políticas, dentre elas, País do Futebol:


Desde que eu cheguei ao mundo, falam em reforma agrária, na distribuição de renda e na reforma tributária. Fica tudo na conversa pois fazer ninguém faz não no Brasil só temos pressa de escalar a seleção. É o país do fútil fútil fútil bol do carni carni carni carnaval. Ainda bem que eu tive uma ideia genial para o próximo pacote nacional. O Brasil tá muito certo o pessoal é que atrapalha, tá assim de cara esperto... heim? ... como é que é? Tá não! Desculpe a nossa falha. O doutor de colarinho nem conhece uma gaiola, a polícia não é besta de prender o dono da bola, no país do fútil fútil futebol do carne carne carne carnaval. Ainda bem que eu tive uma ideia genial para o próximo pacote nacional: vou apresentar meu plano sobre a dívida externa uma ideia é dar o cano e outra é passar a perna. Mais a ideia mais moderna é a de retirar o X, vira divida eterna e o povão fica feliz. Com o nosso fute fute fute futebol, o nosso carne carne carne carnaval. Ainda bem que eu tive essa ideia genial para o próximo pacote nacional.


Daltony Nóbrega, foi diretor musical da linha de shows da Rede Globo e, posteriormente, diretor musical da Rede Bandeirantes de Televisão. Para saber mais sobre seu trabalho, basta ascessar: http://www.buscamp3.com.br/artists_profile_homebr.asp?id=28582.


Contudo, resta claro que questões sobre o endividamento externo e interno, além de causar tremendo desconforto social, por se saber que verbas desviadas poderiam estar chegando as mesas de muitas crianças brasileiras e no entanto concentram-se nos bolsos, nas mãos e nas contas bancárias de uma minoria corrupta.


Entre tanto a que se almejar a famosa e tão esperada esperança, através não apenas de muitos artistas que expressam suas descontentes opiniões deixando assim seu manifesto pacífico a tamanha distorção de valores, como Jornalista, escritores e Juristas que justos buscam abrir os caminhos para um futuro onde não mais pese tanta distorção de valores.


Em 22 Julho 2010 saiu uma matéria no Jornal Folha de São Paulo:


A dívida pública interna diminuiu 0,2% em junho sobre maio, para R$ 1,517 trilhão. Já a dívida externa apresentou alta de 1,11% em relação ao mês anterior, passando de R$ 94,85 bilhões para R$ 95,9 bilhões (US$ 53,24 bilhões).

Em outras palavras, quando o Brasil pagou ao FMI (Fundo Monetário Internacional) é porque a gente só devia ao Fundo uns 4 bilhões de dólares ou coisa assim. No trecho acima, vemos que estamos devendo perto de 96 bilhões de reais, ou seja, 53 bilhões de dólares.

Então é importante para todos nós - povo-, manter esses números na ponta da língua quando alguém disser que a dívida externa está paga!

A tempo: estas informações são do site Valor Online e da agência noticiosa Reuters (lê-se róiters), que são fontes sérias e respeitadas.






Texto exclusivo de Luciana Nóbrega e Antônio Carraro

DÍVIDA EXTERNA E INTERNA II

Por Luciana Nóbrega & Antônio Salgado














Dívida Externa e Interna – Parte II














Diante de dificuldades econômicas, e inspirado em seus vizinhos argentinos, em 1898 o Brasil iniciou o funding loan. O funding loan de 1898 consistiu da emissão gradual de £ 8,6 milhões para fazer face ao serviço de juros dos empréstimos externos federais, do empréstimo interno em ouro de 1879 e de todas as garantias ferroviárias. Além disso, suspendiam-se as amortizações de todas as dívidas incluídas na transação (inclusive as provenientes dos novos títulos) por um período de 13 anos, ou seja, até 1911. Os novos títulos foram lançados ao par, com taxas de juros de 5% e amortização em cinquenta anos, iniciados após o período de suspensão descrito. Essas características explicam o comportamento do saldo em circulação do funding loan de 1898.


O Brasil suspendeu o pagamento do serviço da dívida externa devido a partir de 1º de agosto de 1914 e passou a estudar condições para um novo empréstimo de consolidação. O segundo funding loan teria um capital nominal máximo de £ 15 milhões e, conforme o primeiro, novos títulos foram emitidos gradualmente ao par, com taxa de juros de 5% e 63 anos de prazo de amortização, com início de resgate em 1927. Também ficavam suspensas as amortizações de todos os empréstimos federais denominados em libras ou francos franceses até 01/08/1927 e os juros destes empréstimos que vencessem entre 01/08/1914 e 31/07/1917.


A história que levou ao terceiro funding loan guarda semelhanças com a do funding loan anterior: rápido crescimento do endividamento externo a partir de 1925 (ainda que em proporções menores às observadas até 1913), seguido de fatores que deterioraram o balanço de pagamentos a partir de meados de 1928.O funding foi lançado em duas séries, ambas com taxa de juros de 5%, que previam resgate em vinte e quarenta anos, dependendo da garantia de cada empréstimo, cujos juros estavam sendo refinanciados. Para os empréstimos em dólares, foram lançados apenas títulos de 20 anos. O total do lançamento estava limitado a cerca de £ 18 milhões para refinanciar os juros dos empréstimos federais que vencessem a partir de outubro de 1931 por três anos (ABREU, 1999).


Até o fim do governo Goulart, de duração curta, o Brasil lutou para estabilizar a dívida pública, externa e interna, e mesmo com os altos gastos do governo JK, se relata que a ditadura militar assumiu um país com uma dívida baixa e bem reduzida, porém o processo de industrialização e infra-estruturalização fez com que o país contraísse novos débitos.


Conforme a Transparência Internacional, a corrupção afetaria em especial os países devastados pela violência, incluindo Iraque e Somália, que se uniram a Mianmar na relação dos mais afetados:

Os países intitulados "limpos", apontam encabeçados por Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia - todos nota 9,4 -, mas também deveriam fazer mais esforços para evitar que suas empresas tentem corromper os políticos de outros estados ou não fazer mais vista grossa para a procedência de fundos suspeitos depositados em suas instituições financeiras, segundo a ONG.






No texto A FALTA DE ÈTICA E O BURACO DA SUA RUA, do livro Cidadão de Papel, de Gilberto Dimenstein ele cita claramente o motivo desordem financeira e política de nosso país:


Um dos problemas do Brasil, junto à miséria, a violência, o desemprego e a má distribuição de renda, é a falta de ética da classe dirigente do nosso país. Políticos, empresários e magistrados, embora usem bastante a palavra “ética” em seus discursos, muitas vezes não a tiram do papel. No caso dos políticos, a falta de ética se reflete em ações como uso do dinheiro público para despesas pessoais, como viagens de férias, negociatas ou seja, qualquer tipo de apropriação do dinheiro público que não seja para reverter em benefício para o povo. Infelizmente, a falta de ética dos políticos não se restringe ao universo deles. Ela tem repercussões sociais profundas, com consequências que mantêm o Brasil em estado de pobreza. Por causa dela, milhões de reais são desviados todos os anos para os bolsos dos corruptos, em vez de se destinarem à construção de escolas, de projetos sociais, do saneamento básico. O imposto que pagamos não volta para a população em forma de benefícios; ele vai para a conta de quem elegemos para cuidar dele. Sabe aquele buraco que tem na sua rua há um tempão e ninguém vai consertar? Pode ser culpa da falta de ética. Numa histórica e perversa relação de causa e efeito os políticos, em geral pertencentes à classe alta, ficam cada vez mais ricos, enquanto os pobres...


Gilberto Dimenstein é o Jornalista mais reconhecido do Brasil na área social, setor em que começou a atuar nos anos 1990. Destacado como uma das cem pessoas mais importantes do país por Reportagem da revista Época de dezembro de 2007, ele coleciona prêmios destinados a jornalistas e escritores e goza de reconhecimento nacional e internacional por suas reportagens corajosas e claras, muitas das quais transformadas em livros.


Além disso é fundador da Cidade Escola Aprendiz, um laboratório de inovações pedagógicas em São Paulo, indicado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como referência mundial de inclusão social pela educação.


Contudo o dito, fica claro que a educação mais uma vez aponta na frente da corrida, para as soluções inclusive nos aspectos financeiros de um país, pois somente através desta se irá formar uma nova geração mais consciente e menos corrupta.










Vá direto para texto dívida Externa e Interna III: http://lucianamnobrega.blogspot.com/2011/07/divida-externa-e-interna-iii.html







Texto exclusivo de Luciana Nóbrega e Antônio Carraro

DÍVIDA EXTERNA E INTERNA I

Por Luciana Nóbrega & Antônio Salgado














Dívida Externa e Interna – Parte I






A dívida pública nacional, interna e externa, tem origem ainda no Brasil colônia, quando as dívidas pessoais dos governadores se confundiam, muitas das vezes com as dívidas estatais e vice-versa. Era impossível se calcular valores e documentar motivos do endividamento.


Luiz de Vasconcelos e Souza (vice-rei, 1761-1780), foi o primeiro governante a se preocupar com a escrituração da dívida, e como foi apurado, o Brasil já tinha uma divida considerável e que só aumentava a cada ano. a Carta Régia de 24 de outubro de 1800, o Alvará de 9 de maio de 1810 e o Decreto de 12 de outubro de 1811 contribuíram respectivamente para classificar todas as dívidas em legais e ilegais, considerar dívidas antigas todas aquelas contraídas até 1797 e estabelecer um mecanismo de amortização dessas dívidas.


Com a vinda da Coroa para o Brasil, a Dívida apenas se intensificou, devido aos gastos com a viagem e os custos para a manutenção de súditos e outras mordomias reais. Porém a abertura dos Portos, criação do Banco do Brasil e do papel-moeda ajudaram à melhoria econômica futura para o país.


Durante a regência de D. Pedro, com a volta da Coroa portuguesa para Portugal, a dívida continuou a aumentar e para piorar, D. João VI levou consigo boa parte do tesouro brasileiro. Logo após sua independência, o país assumiu parte da dívida portuguesa, principalmente a externa, o que apenas aumentou a dívida.


Os problemas financeiros encontrados pelo Brasil antes de sua independência, junto às demandas para que se consolidasse como um país em seus primeiros anos de independência formava um contexto desafiador. Sendo assim, a história da dívida pública brasileira no Império tornou-se rica em vários aspectos: criou-se a primeira agência de administração da dívida pública, institucionalizou-se a dívida interna, os mecanismos e os instrumentos de financiamento foram ampliados e realizaram-se operações de reestruturação de dívida, que em muito se assemelham a operações feitas nos tempos atuais.


Findava o período imperial estando o Brasil com uma dívida interna relativamente elevada.Segundo historiadores, ao final do Império a dívida interna fundada federal era de 435.500 contos de réis, contra uma dívida externa de 270 mil contos de réis.


Mesmo com a expressiva operação de administração de passivo Durante o fim do império, quando foram convertidos títulos que pagavam 6% a.a. de juros por outros de 5% , o controle da dívida interna nos primeiros anos da República passava por grandes dificuldades. Primeiramente, a duração da suspensão do resgate dos títulos em circulação (1839-1889) afetava sua credibilidade. Em segundo lugar o problema era a elevada fragmentação da dívida, devido à grande diversidade de instrumentos com prazos e taxas de juros distintos. Por fim, todos os títulos em circulação ainda eram nominativos, e suas transferências, burocraticamente complicadas. Estes dois últimos pontos dificultavam a negociação e a liquidez da dívida interna.


Rui Barbosa, primeiro ministro da Fazenda da República, tentou regularizar o resgate dos títulos e instituir a emissão de títulos ao portador. Contudo, essa regularização durou pouco, sendo interrompida logo após sua saída, em janeiro de 1891. Quanto à emissão de títulos ao portador, o primeiro lançamento do tipo só foi possível em 1903, ou seja, após a consolidação de 1902 descrita a seguir. Mesmo assim, esse mecanismo só viria a ser utilizado novamente a partir de 1917.


A consolidação de 1902 tentou resolver o problema de alta fragmentação da dívida – e foi bem sucedida, ao menos inicialmente. A quase totalidade dos títulos em circulação foi trocada por novos títulos, todos nominativos, no valor de 529.750 contos de réis, que renderiam juros de 5% a.a. Contudo, o efeito dessa uniformização também não durou muito. Entre 1902 e 1956 (ano de nova consolidação), 145 autorizações para emissão de títulos foram expedidas com elevada falta de padronização nas características desses empréstimos. As taxas de juros, por exemplo, variavam de 3% a 7% a.a. Esses novos empréstimos possuíam finalidades diversas: cobertura de déficits orçamentários; recolhimento de papel-moeda; financiamento de obras específicas; aquisição de ativos fixos ou empresas; e pagamento de empréstimos compulsórios, dentre outras. Esta última finalidade cumpriu papel fundamental na política de financiamento da República, especialmente por intermédio do lançamento das obrigações de guerra, a partir de 1942, que influenciaram sobremaneira a evolução do estoque da Dívida Interna Fundada.





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Texto exclusivo de Luciana Nóbrega e Antônio Carraro

foto by Débora Nóbrega | design by Luíza Medeiros