AnnaMaria Monteiro Martins

Por Luciana Nóbrega

AnnaMaria é aquela carioca nata, intercalando uma personalidade autêntica leoa zodiacal com a de super mãe, super amiga... Enfim, muito mulher! Assim é AnnaMaria para os que podem ter o privilegio de seu convívio. Carioca da Urca, apaixonada pelo bairro onde nasceu e vive, hoje dividindo-se com Portugal onde passa pelo menos três ou seis meses por ano.

Acima Anna em Porto e abaixo foto da Urca.

Anna tem uma voz de se invejar! Potente e de timbre inesquecível. Mesmo nunca tendo estudado canto. Influenciada pela Bossa Nova e pelo mestre Carlos Lyra, tornou-se professora de violão nos anos 60.
Naquela época, AnnaMaria, participou como compositora nos festivais estudantis da Canção de Juiz de Fora (MG) e Samba de Pilares nos anos 70. Participou, ainda, de shows: Funarte, Circuito Sesc e Universitário (RJ). Autora de músicas gravadas por Simone, Mielli, Célia, Vanusa e Daltony Nóbrega - seu ex-marido e parceiro de várias composições e shows -, dentre outros.
Nas décadas de 80 e 90, atuou como divulgadora de vários artistas, como Mirian Batucada e Tito Madi e de diversas casas de show do Rio de Janeiro.
Mas é claro que durante estes anos sua alma compositora sempre a acompanhava, estando paralelamente escrevendo poesias. Três dessas muitas poesias, tornaram-se parte - a convite -, de uma coletânea para a 16ª Bienal Internacional do Livro, na cidade de São Paulo.

A autora, que, diga-se de passagem, é um pouco ousada (risos), escreveu um esboço de livro, pronto a ser editado, chamado: Exercícios da Paixão. Do qual transcrevo o exercício um a vocês meus leitores para que possamos, aprendendo com quem sabe, exercitar quem sabe.

ENTÃO PRONTO!!!  LANCEI O CONVITE! QUEM QUISER ME ACOMPANHAR, "FAÇAMOS, VAMOS AMAR!" E porque não?! Rsrsrsrs. Aí vai:

EXERCÍCIO DA PAIXÃO I


Respiro fundo
E sinto teu cheiro no lençol,
Exalado de mim...
Que gostoso arrepio
Me corre a espinha!
Negar que te desejo
Fora do meu corpo
É persistir numa mentira,
Numa hipocrisia suicida.
Dentro do meu corpo
Minhas águas tranquilas, quentes,
viram ilha, onde fico em exílio.
Eu toda - com vista para ti.
Em ti, me sendo,
Faço mar da tua vista,
olhos que me expiam;
E quando me passo a mão - te desejo - te uso...
como exercício.

AnnaMaria Monteiro Martins

Façamos - ELZA SOARES E CHICO BUARQUE